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Realismo no Brasil
O Realismo no Brasil originou-se, oficialmente, no ano de 1881, com a publicação Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Nesse período teve início da escrita buscando a verdade, e não mais para apenas ocupar os leitores, passando a tratar os temas de forma explícita, tal como uma manifestação.

Contexto Histórico
Em torno da década de 1870, o Partido Republicano foi organizado no Brasil, em mesmo tempo que as oligarquias cafeeiras foram incorporadas em um discurso a favor da industrialização e modernização da nação. Este posicionamento estava em consonância com as leis abolicionistas que por sua vez favoreceram a troca da mão de obra escrava pelo imigrante europeu. Em 1889, a Proclamação da República encerrou a Monarquia, porém mesmo com o Exército ao poder não atendia às ambições dos presentes nas elites cafeeiras do Sudeste brasileiro. Nesse contexto, surge o Realismo, tornando esta situação pública, por meio de suas obras literárias, a crise Imperial, os ideais abolicionistas e republicanos. Esse movimento apresentou ideais contrárias ao Romantismo, inspiradas principalmente no Positivismo, Evolucionismo e na filosofia alemã, como o Objetivismo, o Determinismo, o Materialismo e o Cientificismo. O marco do período Realista ocorreu em 1881 com a publicação das obras: "O Mulato", de Aluísio de Azevedo, o primeiro romance naturalista; e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, o primeiro romance realista da literatura brasileira. 
Características do Realismo




  • Linguagem direta e objetiva.
  • Narrativa detalhada, descritiva.
  • Ambiente social, cenários urbanos.
  • Temática social e cotidiana.
  • Críticas à realidade, à sociedade da época e os valores burgueses.
  • Representação mais fiel da realidade.
  • Oposição ao romantismo.
  • Análise psicológica das personagens.
  • Personagens comuns, sem idealização.
  • Veracidade e contemporaneidade.

  •  Autores Brasileiros do Realismo

    ·         Machado de Assis (1839 – 1908)

    o    Ressurreição (1872),
    o    A mão e a luva (1874),
    o    Helena (1876),
    o    Iaiá Garcia (1878),
    o    Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881),
    o    Quincas Borba (1886),
    o    Dom Casmurro (1899)
    o    Esaú e Jacó (1904)
    o    Memorial de Aires (1908).

    ·         Raul d'Ávila Pompeia (1863-1895)

    o    Uma tragédia no Amazonas (1880).
    o    O Ateneu (1888)

    ·         Visconde de Taunay (1843-1899)

    o    Inocência (1872)


     

    Temática Realismo no Brasil

    A característica principal deste movimento foi a abordagem de temas sociais e um tratamento objetivo da realidade do ser humano, possuindo forte caráter ideológico, marcado pela linguagem política e de denúncia dos problemas sociais como, por exemplo, miséria, pobreza, exploração, corrupção dentre outros.
    Com uma linguagem clara, os realistas diretamente retratavam o foco da questão, reagindo, desta forma, ao subjetivismo do romantismo.
    Na literatura brasileira o realismo manifestou-se principalmente na prosa. Tornando os romances realistas instrumentos de crítica à burguesia e instituições sociais. Muitos escritores românticos começaram a entrar para a literatura realista.

     

    Fontes:

    http://www.suapesquisa.com/realismo/







    Machado de Assis


    Biografia:
    Machado de Assis (1839-1908) foi um escritor brasileiro, primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, um autor completo, escreveu romances, contos, poesias, peças de teatro, várias críticas, crônicas e correspondências.
    Nasceu no morro do Livramento no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Em 1869 casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, que o estimulou na carreira literária, publicando em 1872 seu primeiro romance "Ressurreição".
    Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1896, onde foi presidente, por unanimidade logo na primeira reunião, permanecendo no cargo até 1908. Ocupou a cadeira de número 23, cujo se antecessor foi José de Alencar. Em sua homenagem, a academia é também chamada de "Casa de Machado de Assis".
    Em outubro de 1904 morreu sua companheira de 35 anos, Carolina Augusta Xavier Novais, que além de revisar suas obras era também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após a morte de sua companheira, o romancista raramente saía de casa e em sua homenagem dedicou o poema "A Carolina".
    Joaquim Maria Machado de Assis morreu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Foi enterrado no cemitério de São João Batista, na mesma cidade onde nasceu e viveu por toda sua vida. Representando a Academia Brasileira de Letras, o jurista Rui Barbosa fez um discurso em homenageando o escritor.

    Introdução:
    É comum dividir a obra de Machado de Assis em duas fases distintas. A primeira fase apresenta o autor ainda preso a alguns princípios da escola romântica e a segunda fase apresenta o autor completamente definido dentro das ideias realistas.
    Em 1881 publica o romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que marca a fase realista de sua obra, onde revela seu talento na análise do comportamento humano, descobrindo, por trás dos atos aparentemente bons e honestos, a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia.

    Obras de Machado de Assis

    ·        Memórias Póstumas de Bras Cubas
    ·        Quincas Borba 
    ·        Dom Casmurro 
    ·        Esaú e Jacó 
    ·        Ressurreição 
    ·        A mão e a luva 
    ·        Iaiá Garcia

    Características


    Personagens: A descrição do caráter dos personagens é, muitas vezes, ambígua, permitindo diferentes opiniões.
    ·        Geralmente burgueses – classe dominante;
    ·        Desmascara relações sociais;
    ·        Enfatiza a diferença entre aparência x essência;
    ·        Demonstra de maneira impiedosa a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a inveja, o prazer carnal.

    Processo Narrativo: A narrativa apresenta a preocupação consciente do escritor com a linguagem. Há pouca ação, poucos fatos;
    ·        Os personagens são esféricos apresentam complexidade psicológica;
    ·        Apresenta digressões à ordem cronológica interrompida;
    ·        Conversa, dialoga com o leitor, faz reflexão, aguça o leitor.

    Linguagem: Constantemente, o leitor é convocado a participar da história que revela sua forma ficcional, estabelecendo uma metalinguagem, ou seja, a obra chama atenção para sua ficcionalidade, volta-se para si mesma, na tentativa de se examinar.
    ·        Frases curtas, objetiva;
    ·        Humor e reflexão através de frases irônicas, sugestivas;
    ·        Apresenta metalinguagem à explica a própria linguagem;
    ·        Perfeição gramatical.

    Pessimismo: Caraterizadas principalmente pela própria descrença e desencanto do autor em relação às expectativas de progresso do país, tornando-o um escritor altamente crítico.
    ·        Hipocrisia social;
    ·        Imperfeição da humanidade;
    ·        Mostra que as causas nobres sempre ocultam interesses impuros.

    Perfil Feminino: As mulheres são o ponto forte da criação machadiana.
    ·        Mulheres racionais, dominadores, sensuais, ambíguas, astuciosas e principalmente adúlteras (comprovar a vulnerabilidade do amor).

    Temas:
    ·        Adultério;
    ·        Casamento visto como forma de comércio ou troca de favores;
    ·        Exploração do homem pelo próprio homem.



    Fontes:





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